23 de fevereiro de 2011

Pesquisador cria exame de sangue que custa centavos

Cientistas australianos acabam de desenvolver o primeiro teste de farmácia para determinar tipo sanguíneo. Assim como os testes de gravidez de caixinha, bastará pingar uma gota de sangue em um pedaço de papel e descobrir se você é tipo A, B, O ou AB. A descrição da técnica foi publicada na revista Analytical Chemistry. O melhor do procedimento é que, por 10 centavos de dólar, pessoas de países pobres podem saber rapidamente o seu tipo sanguíneo, o que ajuda a iniciar uma série de procedimentos médicos.
A importância da invenção está atrelada ao quão indispensáveis são as análises de tipo sanguíneo, um dos exames médicos mais básicos – e talvez mais importantes – que uma pessoa deve fazer. Com ele, é possível fazer transfusões de sangue adequadas em casos de acidentes, hemofilia ou até anemia grave. Para se ter uma ideia, em uma transfusão de sangue inadequada, os novos glóbulos vermelhos são destruídas pelo organismo do paciente a uma velocidade de quase 1 ml por minuto, provocando febre, desconforto respiratório súbito, pressão baixa, insuficiência renal e até a morte. Mesmo assim, esse exame ainda requer análises delicadas com microfluídos ou aparelhos ópticos caríssimos. Os pesquisadores esperam que o novo teste de farmácia barateie o exame especialmente em nações em desenvolvimento.
Nesse exame caseiro, anticorpos que reagem aos vários tipos de sangue são distribuídos na superfície de um pequeno pedaço de papel. A gota de sangue colocada no centro do papel entra em contato com cada um dos anticorpos, mas só se concentra no trecho que contém o anticorpo específico, revelando o tipo sanguíneo. Segundo Gil Garnier, engenheiro da Monash University e coordenador do projeto, apesar de custar centavos, o teste demonstrou ser tão preciso quanto os exames de laboratório. No futuro, ele acredita que o papel biorreativo [que reage a determinadas substâncias] poderá ser usado também em exames de turberculose, anemia e diabetes.
É importante notar, porém, que o teste não oferece uma tipologia completa do sangue do paciente. “O teste é apenas parte do processo de preparação para uma transfusão de sangue", explicou Robert Richard, professor da Divisão de Hematologia da Universidade de Washington, à Technolgy Review. “Ele não dá informações sobre a incompatibilidade entre Rh positivo e negativo”. 

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